Bem vindo!




Antologia significa coleção de flores, porém, com uso mais comum relacionado a coleção de trabalhos literários.

Chamo esse blog de 'minha antologia' na intenção de colecionar textos de diferentes naturezas em um só local.

Falo aqui dos meus interesses: literatura, linguistica, ensino,educação, música, arte e fé cristã.





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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Instabilidade motora

É considerada pelos autores como o tipo mais complexo de distúrbios psicomotores. É manifestada por uma necessidade de movimentação excessiva, falta de relaxamento, irrequietude e instabilidade do corpo. É conhecida pelos norte-americanos como “síndrome hipercinética” sendo relacionada com lesões menores do diencéfalo ou ainda com origem genética.
Faz - se relevante ressaltar que a instabilidade motora é um fenômeno normal nas crianças antes da idade escolar. O que é caracterizado por instabilidade da criança escolar é, na verdade, a persistência de um comportamento da criança pré – escolar. A psicóloga clínica Carolina Rodrigues em sua página da internet cita características gerais da irrequietude motora:
·         Desatenção;
·         Movimento de “enguia”;
·         Ausência da capacidade de autoproteção;
·         Ousadia desmedida;
·         Egossintonia (a criança não sofre com sua irrequietude, mas com as consequências advindas).

Por detrás da irrequietude, encontram-se profundas ansiedades que fomentaram no modo como a criança organizou as suas relações com as pessoas e objetos. A psicóloga supracitada afirma que a instabilidade motora é uma busca sem fim de um objeto de amor, uma insatisfação permanente. A criança anseia por um local ou um objeto de satisfação ou segurança, contudo quando encontra tal objeto, um novo local ou uma nova atividade rapidamente adquirem nova insegurança e desconforto dando fruto a uma movimentação excessiva e constante que pode parecer demasiada para o observador, no entanto necessária para esse indivíduo para uma relativa estabilização.
             A professora Rosângela Pires dos Santos em seu fascículo Psicomotricidade apresenta características da instabilidade motora:
  • instabilidade emocional e intelectual;
  • falta de atenção e concentração;
  • atividade muscular contínua (não terminam as tarefas iniciadas);
  • falta de coordenação geral e de coordenação motora fina;
  • equilíbrio prejudicado, hiperatividade;
  • altos e baixos em provas psicométricase idade mental baixa nas provas de desenhos;
  • deficiência na formulação de conceitos e no processo da percepção: discriminação de tamanho, orientação espaço-temporal, discriminação da figura-fundo etc.;
  • alteração da palavra e da comunicação, atraso na linguagem e distúrbios da palavra;
  • alteração da função motora: atraso nos níveis: atraso nos níveis de desenvolvimento
motor e na maturidade geral;
  • alterações emocionais: são impulsivas, explosivas, destruidoras, sensíveis, frustram-se com facilidade;
  • características durante o sono; movimentam-se excessivamente enquanto dormem,

fazem movimentos rítmico com o corpo ou a cabeça no travesseiro, apresentam terror noturno;
  • alterações no processo do pensamento; dificuldade para abstrair, pensamento desorganizado, memória pobre, atenção deficiente;
  • características sociais: têm dificuldades na leitura, escrita e na aritmética (discalculia); lentidão nas tarefas; dificuldade de copiar do plano vertical para o plano horizontal (do quadro para o caderno);
  • babam excessivamente quando pequenas, chupam o dedo, roem unhas, têm dificuldade no controle dos esfíncteres e são de fácil fatigabilidade;
  • problemas disciplinares graves na família, na escola e na sociedade.

A instabilidade motora é apenas um aspecto global complexo, onde se inserem perturbações dos afetos, da psicomotricidade que desencadearam dificuldades na escolarização de tais crianças. 

Como citar esse texto:
OLIVEIRA, Meriellie Barros Brandão. Instabilidade Motora. Disponível em: http://minhaantologia.blogspot.com.br/2013/07/instabilidade-motora.html 03 de Julho de 2013. Acessado em: 

domingo, 9 de junho de 2013

Manual Prático do Diagnóstico Psicopedagogico




Indicação de livro para Psicopedagogos que necessitem de um manual prático e objetivo para realização do diagnóstico psicopedagogico. Contém explicação de vários testes e modelo clínico baseado na Epistemologia Convergente.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO FRENTE AOS DESAFIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR

Atualmente vive-se um momento histórico-cultural antagônico ao preconceito dos sujeitos com dificuldades de aprendizagem, principalmente decorrente de alguma condição de deficiência física ou mental, ocasionando uma crescente demanda por uma sociedade inclusiva com políticas publicas que acompanhem tal crescimento de pensamento. Contudo Valdelúcia Alves da Costa (2003) expõe que o tal momento cultural, devido a proibições de atitudes discriminatórias na Constituição, certamente "inibem o preconceito quanto ao seu exercício"  mas não necessariamente quanto a sua formação.

A escola, da mesma forma, propõe uma prática inclusiva e não discriminatória. No entanto, existe uma cultura milenar de um alunado idealizado  e uma proposta educacional elitista, meritocrática e homogeneizadora. Mantoan (2004) coloca que a escola transmite um conhecimento pronto, verdades absolutas e a inclusão, na maioria das escolas, causa um impacto, principalmente quando se entende inclusão como "ensinar a todas as crianças, indistintamente em um mesmo espaço educacional: as salas de aula de ensino regular.
A educação inclusiva tem como fundamento tornar efetivo os direitos à educação para crianças e jovens e adultos que apresentam necessidades educacionais especiais (NEE), que vivem em situação de vulnerabilidade e/ou sofrem qualquer tipo de discriminação.
Maluf (2012) coloca que "apesar de o direito de todas as pessoas à educação ter sido promulgado na Declaração de Direitos Humanos, em 1948, decorreram 30 anos até a terminologia "necessidades educacionais especiais" ser sistematizada, por meio do Informe de Warnock". Mora (2011, p. 314) conceitua necessidade educacionais especiais numa perspectiva que

"implica que qualquer aluno ou aluna que encontre impedimentos para progredir no aprendizado escolar, qualquer que seja a causa, receba atenção, a ajuda e os recursos especiais que sejam necessários, seja de forma circunstancial ou permanente, no contexto educativo mais adaptado possível"

A proposta do conceito supracitado é levar em conta o caráter interativo tanto das características pessoais como da resposta educativa que a escola, como um todo, oferece, visando superação pessoal e educacional.
Educação inclusiva implica num modelo escolar em que todos aprendem juntos independentemente de suas condições pessoais, sociais e culturais, incluindo aqueles que possuem alguma incapacidade.

Não obstante, torna-se relevante versar sobre a atuação do profissional psicopedagogo diante do desafio da educação inclusiva e atendimento as necessidades educacionais especiais, tendo em vista que este é o profissional qualificado a compreender e atuar mediante a situações de dificuldade de aprendizagem, inserindo (ou reinserindo) indivíduos, outrora marginalizados, no contexto escolar.
A psicopedagogia como campo científico busca entender como o ser cognoscente elabora o seu conhecimento e a razão pelo qual, em certos momentos, este não se torna sujeito do seu aprender. Fernández (2001) afirma que todo sujeito tem sua modalidade de aprendizagem  e os seus meios para construir o próprio saber, ou seja, uma maneira pessoal para se relacionar com o objeto de aprendizagem.

Nessa perspectiva, ao psicopedagogo, cabe conhecer o aluno, identificar as dificuldades de aprendizagem e/ou necessidades educacionais especiais, encaminhar para profissionais como psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, etc., no intuito de compreender holisticamente o problema e trabalhar numa perspectiva interventiva inserido esse indivíduo no ambiente escolar. Ainda, ao psicopedagogo cabe auxiliar o corpo docente, especialmente os professores, para que consigam trabalhar com os diversos estilos e modalidades de aprendizagem do alunado, respeitando as especificidades e diferenças, buscando uma prática educativa que gere reflexão crítica e acima de tudo, formação holística humana.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio. Bases Legais. 1998.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio. Linguagens, códigos e suas tecnologias. 1998.
COSTA, Valdelúcia Alves da. Educação Escolar Inclusiva: demanda por uma sociedade democrática. Edição 2003, nº 22, Artigo publicado em Revista do Centro de Educação.
FERNÁNDEZ, Alicia. O saber em Jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto alegre: Artmed, 2001.
MALUF. Maria Irene. Inclusão: educação e responsabilidade. Artigo publicado em revista Psique, Ano VI, Edição 83, Novembro de 2012. Editora Escala.
MANTOAN, Maria Tereza. O Direito de Ser, Sendo Diferente, Na Escola. Artigo publicado na revista CEJ Conselho da Justiça Federal/ Centro de Estudos Judiciários da Justiça Federal. Ano VIII/Setembro de 2004 - Brasília/DF - ISNN 1414-008XMORA, Estela. Psicopedagogia Infanto-Adolescente - a infância. Edição Equipe Cultural, 2011.