Bem vindo!




Antologia significa coleção de flores, porém, com uso mais comum relacionado a coleção de trabalhos literários.

Chamo esse blog de 'minha antologia' na intenção de colecionar textos de diferentes naturezas em um só local.

Falo aqui dos meus interesses: literatura, linguistica, ensino,educação, música, arte e fé cristã.





Bem Vindo!



sábado, 4 de setembro de 2010

Bom livro!

O Rei da Noite de João Ubaldo Ribeiro.
(rei das crônicas e do bom humor)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

EXISTE OU NÃO EXISTE? EIS A QUESTÃO

"A ideologia purista no que diz respeito à língua é tão autoritária e dogmática que um de seus principais recursos retóricos é negar pura e simplesmente a existência mesma dos usos linguísticos que seus defensores rotulam de "erros". Nesse discurso, se uma determinada construção sintática não é acolhida pela tradição gramatical, diz-se que "isso não é português", ainda que 300 milhões de pessoas em quatro continentes falem assim. Se determinada palavra não vem registrada nos dicionários é porque ela "não existe".

Esse discurso faz a operação principal das ideologias, no sentido clássico desse termo nas ciências sociais: o falseamento da realidade por meio da inversão da história. Dá a impressão de que, na aurora dos tempos, Deus disse: "Faça-se a gramática, faça-se o dicionário". Assim a língua foi criada e somente depois surgiram as pessoas que iam falar a língua. Essa operação ideológica fica bem evidente no discurso, igualmente tradicionalista, de que "hoje em dia ninguém fala certo", como se em algum momento do passado, numa Idade de Ouro linguística, todas as pessoas tenham falado a língua exatamente como ela vem prescrita nas gramáticas e nos dicionários. Pura fantasia, agridoce ilusão. Ninguém jamais, em lugar nenhum, falou, fala ou falará uma língua tal como vem desenhada e moldada nas gramáticas e nos dicionários. Essa "língua" registrada ali é que, de fato, não existe. É um modelo utópico, um padrão ideal, baseado numa modalidade de uso extremamente restrita, um cânone literário antiquado, e que despreza tudo o que a ciência moderna sabe a respeito das línguas: que elas são mutantes, variáveis, heterogêneas, instáveis.

Essa ideologia, infelizmente, está impregnada até hoje na maioria dos livros didáticos destinados ao ensino de português no Brasil. Embora tenham abraçado modernas teorias linguísticas no tocante à prática da leitura e da produção de textos, quando o assunto é gramática, continuam apegados a um modo de ver a língua que as ciências da linguagem já provaram ser francamente equivocado, falho, errado mesmo. Consultando um desses livros, por exemplo, encontrei a seguinte pérola: "Não existe 'apesar que'." Ora, se não existe, por que a necessidade de explicitar essa não-existência? É no mínimo irracional e ilógico apresentar, numa obra didática, alguma coisa que "não existe". A verdade é que "apesar que" existe, sim, e sua simples menção no livro didático é a prova cabal dessa existência. Só que tal existência é condenada pela norma estreita e estrita que se pretende veicular como "língua certa". Há uma distância astronômica entre não existir, pura e simplesmente, e existir e ser condenado - mas essa distância é facilmente vencida pelas botas-de-sete-léguas da ideologia. Consultando a internet, encontrei nada menos do que 305 mil ocorrências de "apesar que" em textos escritos, incluindo pareceres jurídicos, teses acadêmicas, artigos científicos. Para algo que não existe é um número bem alto, não? É uma pena que nosso ensino de português ainda se agarre com tanta unhas e dentes a um fantasma de língua, em vez de desdobrar em sala de aula a realidade múltipla, diversificada e fascinante da língua nossa de cada dia."

Artigo de Marcos Bagno publicado na Revista Caros Amigos
Ver no site oficial: marcosbagno.com.br

sábado, 3 de julho de 2010

Letras bem humoradas!

Pérolas do vestibular da UFRJ. Só pra descontrair!

  •  O nervo ótico transmite idéias luminosas ao cérebro. 
  •  O vento é uma imensa quantidade de ar.
  •  O terremoto é um pequeno movimento de terras não cultivadas. 
  •  Os egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos pudessem viver melhor.
  •  A Igreja, ultimamente, vem perdendo muita clientela.
  •  O sol nos dá luz, calor e turistas.
  •  As aves têm na boca um dente chamado bico.
  •  Os ruminantes se distinguem dos outros animais porque o que comem, comem por duas vezes.
  •  O coração é o único órgão que não deixa de funcionar 24 horas por dia.
  •  Quando um animal irracional não tem água para beber, só sobrevive se for empalhado.
  •  A insônia consiste em dormir ao contrário.
  •  A arquitetura gótica se notabilizou por fazer edifícios verticais.
  •  O objetivo da Sociedade Anônima é ter muitas fábricas desconhecidas.  

 # Frases tiradas do site da universidade Estácio de Sá.#
 Acesse:  http://www.estacio.br/rededeletras/numero17/letras_humoradas/texto1.asp

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Anjos Caídos - Tracy Chevalier




Anjos Caídos, no original, Fallen Angels, é o terceiro livro da escritora americana Tracy Chevalier.

Nesse romance, a escritora detém-se em dois assuntos principais: o movimento sufragista feminino e as pompas fúnebres do período vitoriano.

Chevalier manteve seu costume de dividir a narrativa em períodos de tempo ao invés de numerar os capítulos.

Anjos Caídos inicia em Janeiro de 1901, com o falecimento da rainha Vitória e encerra em Maio de 1910 com o de Eduardo VII. Dessa forma, a história evolui com método, uma coisa após a outra, sem grandes retornos ou surpresas. Voltando-se para o começo do livro, percebe-se que nada foi esquecido.

O envolvimento na causa sufragista tira a personagem Kitty Coleman da mórbida melancoloa em que caiu apos abortar um filho aduterino.

Quanto ao culto vitoriano dos mortos, Chevalier é mais descritiva que reflexiva. Ela quer justamente retratar a transição entre a era vitoriana e seus códigos mortuários rígidos e o mundo moderno onde a morte parece não ter atenção merecida.
O ápice da trama está em torno da personagem Kitty Coleman e a luta feminina pelo voto, direitos e aceitação social.


Uma leitura interessante e prazerosa!